quinta-feira, 6 de março de 2014

Amellie, querida, quer matar-me de susto? - Disse Samanttha puxando-a dando um longo abraço.

E você me assustou agora mamãe - Disse Amellie, beijando-a na face.

Desculpa querida, mas já lhe disse pra não brincar perto do penhasco. É perigoso. 

— Não estava brincando mamãe, estava conversando com a.... - Amellie olha para trás e depois para os lados. - Mamãe você viu pra onde foi a menina que estava aqui?

— Que menina docinho? Só vi você, quase pensei que iria... esquece.

— Tinha uma menina aqui mamãe, de camisola branca, descalça, ela deixou cair sua fita de cabelo vermelha no penasco, olhe pode ver a fita está presa entre as rochas.

Samanttha aproxima-se da borda do penhasco e olha pra baixo.

— Não tem nada docinho.  - Disse Samanttha.

Ao ver o rostinho decepcionado da Amellie, ela acrescenta:

— A onda deve ter levado querida, e a menina deve aparecer novamente, e quando isso acontecer você aproveita pra apresentar-me a ela, combinado?

Amellie sorri e diz:

- Combinado mamãe.

- Agora vamos que estamos atrasadas, tenho muito o que fazer na Hospedaria.

A figura frágil achava-se perigosamente próxima da borda do penhasco. A longa e exuberante cabeleira ruiva, agitada pela forte brisa que soprava do oceano. O vestido de algodão branco chegava-lhe aos tornozelos e deixava expostos os pequenos pés descalços. Mantinha os braços esticados, a palma das mãos voltada para a massa espumante do mar, abaixo, o rosto voltado para o alto, como se estivesse se oferecendo em sacrifício aos elementos.

Amellie, que estava entediada em casa, resolve brincar ao redor da casa, quando é surpreendida com a visão de uma menina, mais jovem que ela na beira do penhasco.

Amellie tinha 7 anos, cabelos loiros cacheados,  olhos esverdeados.  É uma menina alegre e que gosta de fazer muitas traquinagens. Tinha perdido seus pais e presenciou o assassinato deles quando tinha 4 anos, Clarie até tentou questioná-la quanto ao assassino, mas Amellie nada falou sobre o assunto. Samanttha acredita que a menina tinha bloqueou da sua mente aquela cena terrorizante.

Amellie continuou a observá-la, nunca antes tinha visto uma criança próxima a casa, o que fazia ela brincar muitas vezes sozinhas, só as vezes brincava com Edmundo, no qual ensinava a lutar com espada de madeira.
Amellie alegre, com a ideia de fazer uma nova amiga e de ter alguém com quem brincar, corre ao seu encontro, ao aproxima-se percebe que o vestido de algodão branco que a menina usava era na verdade uma camisola.

- Oi -  Disse Amellie, parando a uns dez metros da garota, que permanecia imóvel.

Aproximou-se mais da garota.

- Eu sou Amellie, moro naquela casa. - Apontando na direção da Casa do Penhasco. - Qual o seu nome? Mora perto daqui?

Não obteve nenhuma, antes que pudesse perguntar algo a mais, a garota se voltou lentamente e encarou-a com os olhos sem vida.
Amellie sorriu, tentando ser simpática.

- Você quer brincar comigo? -Disse Amellie, numa tentativa de cortar o silêncio.

A garota permaneceu imóvel como se a fitasse, sem se afastar do ponto onde se encontrava na borda do penhasco.

- Ou podemos ir em casa, comer um fatia de bolo, a minha mãe faz cada bolo delicioso, a tia Clarie também, mais ela muito pouco cozinha.

A garota continuo em silêncio, apenas virou-se lentamente e apontou para baixo.
Amellie aproximou-se da borda do penhasco e olhou na direção aonde ela aprontava, viu uma fita vermelha presa entre as rochas.  Quando alguém a segurou-lhe os braços.
AMELLIE - Gritou Samanttha colocando enrolando um pão no guardanapo e colocando no cesto - Amellie querida, vamos, precisamos chegar na hospedaria antes que os hospedem acordem. 

Samanttha após vários dias dormindo na hospedaria, resolve ir para Casa do Penhasco, já que a Clarie no momento se encontrava a viajando.

- Aonde está essa menina - Pensou Samanttha.

Após arrumar a cesta, vai a procura de Amellie. Entrando na sala principal ver vários envelopes e um papelzinho dobrado no chão. Não tinha reparado ontem quando chegou sonolenta em casa.
Abaixa-se e pega todos, não dando atenção aos envelopes que estavam lacrados, pois sabia que se o abrissem Clarie saberia e brigaria com ela.  Mas não pode conter a curiosidade referente aquele  pequeno bilhete, no qual pôs-se a ler.

-Tão simpático esse Sr., se ele ainda estiver hospedado na Viúva Negra, vou preparar-lhe uma deliciosa torta de maça em agradecimento - Falou Samanttha pra se mesma.

Coloca o bilhete no meio dos envelopes, e sobe as escadas, entrando no quarto de Clarie. Deixando as correspondências em cima de uma mesinha próxima a janela. Quando olha pela janela ver Amellie, na boda do penhasco.

- Santo Jáh - Diz Samanttha espantada.

- AMELLIE SAIA JÁ DAI....