Ainda agora, era difícil olhá-lo, sem notar o tom verde
cinzento de seus olhos, seu cabelo brilhante, o forte ângulo de seu queixo, sua
boca curvada que parecia chamá-la, tentá-la, convidá-la a…
Claire olhou em seus olhos.
O que ele estava
pensando? – Perguntou-se a se mesma.
Ela se endireitou e se esticou enquanto ele tirava suas
botas, desabotoou seu cinturão, e começou a tirar suas calças, tudo com
deliberada tranquilidade. Isso a
irritou, algo que Clarie não tinha era paciência.
- Te apresse - ela
murmurou.
Ele olhou para baixo, com um sorriso insolente no rosto
enquanto terminava de tirar as calças.
- Paciência, minha dama - ele murmurou.
Clarie desejou golpeá-lo outra vez, mas afogou esse impulso.
Então, sem cerimônia, ele baixou o último objeto.
Seus olhos faiscaram perigosamente.
-E agora o que quer? - Ele perguntou docemente. - Você gostaria de ver se te cabe?
Se ele queria insultá-la, tinha falhado. Clarie foi se
acostumando com o passar dos anos, com os insultos, ao que ela tinha aprendido a responder, ao
princípio com a espada e mais tarde com a indiferença.
- Toma, minha lady - disse seu companheiro, jogando as suas e as roupas do seu companheiro aos pés
dela.
- Perdoe a meu amigo. É lento mentalmente e muito rápido com
a língua. Tirou-nos nossas armas. Tem nossas roupas. Você ganhou. Rogo-lhe,
deixe-nos ir em paz.
Rapidamente, ela tomou as roupas do homem insolente e de seu
companheiro com sua mão livre, as pondo logo sobre seu ombro. Então saudou os
homens com uma breve sacudida de cabeça e se apressou a sair dali.
Clarie estava afastando-se quando o insolente a chamou.
- Esqueceu-se de algo, dama.
Sempre em guarda, ela virou-se com sua espada pronta para
atacar. Mas era muito tarde. Algo passou assobiando perto de sua orelha e se alojou no tronco
da árvore ao lado dela. Era uma adaga.
Ela se sobressaltou. A adaga não lhe tinha acertado por uns
poucos centímetros. Mas quando ela fixou seus olhos no homem que a jogou,
parado ali em aberto desafio, soube logo, que ele tinha tido a intenção
de errar. O que era ainda mais ameaçador.
Sua mensagem era clara. Ele podia tê-la matado. Ele
simplesmente escolheu não fazê-lo.
Clarie embainhou sua
espada e deu-lhe as costas, se afastando com toda a calma, com um sorriso no rosto, sabia que o veria
novamente e ela gostava de um bom desafio, e
sabia que com ele seria uma boa experiência.
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