quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

(...)
Caminhava, desanimada, através do morro em direção ao lago.
Era uma bela paisagem, o gelo incrustado nas margens do lago. A neve emoldurava a água gelada em ambos os lados, cobrindo a terra de branco. 
Parada na margem, cruzei os braços sobre o peito, observava o lago. Quando vejo homens a cavalos entre as árvores, galopando na minha direção.
Corro ao longo da margem, sabendo que não tinha nenhuma chance de fugir. Gritei por socorro, com esperança que alguém pudesse ouvir e viessem ao meu socorro, mas uma bota choca-se contra minhas costas, fazendo-me cair na neve, o impacto foi com tal força que perdi o fôlego. Procurando ignorar a dor, tento me erguer para fugir.
Uma mão enrosca-se em meus cabelos e meu agressor puxa-me para trás e, em seguida, me joga de costas no chão. Vejo um grupo de cinco homens.
Tento enfrenta-los, mas não estou com a minha espada, nem com a minha adaga.

—O que vocês querem?— Eu grito.

O homem que segurava meus cabelos sorri. Furiosa, dou-lhe um soco. Ele grita de dor e cai para trás, dando-me a chance de fugir.
Mas não consegui ir muito longe antes que outro dos homens me jogasse novamente sobre a neve. O gelo encheu-me o nariz e a boca, uma dor latejante e intensa tomava todo o meu rosto.
Desta vez um segundo atacante acerta meu rosto com o punho. Fechando sua mão em torno do meu pescoço, apertando com força suficiente me impedindo de respirar.

—Pequena cadela— ele cuspiu.

Os outros homens reuniram-se próximos e então o primeiro atacante, com sangue escorrendo pelo arranhão que eu lhe tinha infligido.
Rasga o meu vestido, expondo meus seios. Lágrimas de raiva turvam minha visão.
O homem começou esbofetear-me, muitas vezes seguidas, sinto uma névoa de dor a me envolver. As mãos continuavam tateando meu corpo, manuseando e manipulando-me como a um animal.
Lágrimas quentes riscavam meu rosto dolorido. Nunca me sentira tão impotente em minha vida. Onde estava minha espada? Como iria me defender? Seria estuprada, incapaz de fazer qualquer coisa.
Jogam-me na neve, uma bota vem contra o meu estomago, sinto falta de ar.
Quando estava quase inconsciente, meu agressor inclinou-se sobre meu rosto e disse:
- Seu padrasto, manda lembranças. – Dando-lhe um tapa em meu rosto.

Os olhos de Clarie abriram-se bruscamente. Tremendo, olhou em volta. Demorou um instante para que percebesse onde estava. Cedera ao sono sentada em uma poltrona do quarto. Uma garrafa de brandy e um copo repousavam na mesinha ao lado da poltrona. Ela serviu-se da bebida, as mãos tremendo de tal forma que a garrafa batia na borda do copo, produzindo um som agudo.
Bebeu um, dois copos seguidos, enquanto tentava se acalmar. Impulsivamente pegou a garrafa e a lançou na parede, quebrando-a em vários pedaços.
Sabendo que logo, Samanttha entraria em seu quarto, perguntando o que aconteceu. Clarie pega sua capa, sua espada e sai do seu quarto, não tinha intenção de conversar com ninguém.

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