quinta-feira, 6 de março de 2014

A figura frágil achava-se perigosamente próxima da borda do penhasco. A longa e exuberante cabeleira ruiva, agitada pela forte brisa que soprava do oceano. O vestido de algodão branco chegava-lhe aos tornozelos e deixava expostos os pequenos pés descalços. Mantinha os braços esticados, a palma das mãos voltada para a massa espumante do mar, abaixo, o rosto voltado para o alto, como se estivesse se oferecendo em sacrifício aos elementos.

Amellie, que estava entediada em casa, resolve brincar ao redor da casa, quando é surpreendida com a visão de uma menina, mais jovem que ela na beira do penhasco.

Amellie tinha 7 anos, cabelos loiros cacheados,  olhos esverdeados.  É uma menina alegre e que gosta de fazer muitas traquinagens. Tinha perdido seus pais e presenciou o assassinato deles quando tinha 4 anos, Clarie até tentou questioná-la quanto ao assassino, mas Amellie nada falou sobre o assunto. Samanttha acredita que a menina tinha bloqueou da sua mente aquela cena terrorizante.

Amellie continuou a observá-la, nunca antes tinha visto uma criança próxima a casa, o que fazia ela brincar muitas vezes sozinhas, só as vezes brincava com Edmundo, no qual ensinava a lutar com espada de madeira.
Amellie alegre, com a ideia de fazer uma nova amiga e de ter alguém com quem brincar, corre ao seu encontro, ao aproxima-se percebe que o vestido de algodão branco que a menina usava era na verdade uma camisola.

- Oi -  Disse Amellie, parando a uns dez metros da garota, que permanecia imóvel.

Aproximou-se mais da garota.

- Eu sou Amellie, moro naquela casa. - Apontando na direção da Casa do Penhasco. - Qual o seu nome? Mora perto daqui?

Não obteve nenhuma, antes que pudesse perguntar algo a mais, a garota se voltou lentamente e encarou-a com os olhos sem vida.
Amellie sorriu, tentando ser simpática.

- Você quer brincar comigo? -Disse Amellie, numa tentativa de cortar o silêncio.

A garota permaneceu imóvel como se a fitasse, sem se afastar do ponto onde se encontrava na borda do penhasco.

- Ou podemos ir em casa, comer um fatia de bolo, a minha mãe faz cada bolo delicioso, a tia Clarie também, mais ela muito pouco cozinha.

A garota continuo em silêncio, apenas virou-se lentamente e apontou para baixo.
Amellie aproximou-se da borda do penhasco e olhou na direção aonde ela aprontava, viu uma fita vermelha presa entre as rochas.  Quando alguém a segurou-lhe os braços.

0 comentários:

Postar um comentário